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LAGOA AZUL DE SÃO TOMÉ: de cartão postal a lagoa seca

LAGOA AZUL DE SÃO TOMÉ: de cartão postal a lagoa seca
Uma das joias naturais mais emblemáticas do Noroeste do Paraná desapareceu. A antiga Lagoa Azul, localizada em uma fazenda da Companhia Melhoramentos no município de São Tomé, próxima à divisa com Jussara, já não existe mais. O que antes era uma paisagem encantadora, cercada por mata nativa e águas cristalinas, hoje deu lugar a uma área seca e transformada em lavoura.
A lagoa, que por décadas foi motivo de orgulho para a região, guardava um verdadeiro tesouro da Era Glacial. Pesquisas científicas revelaram que seus sedimentos basais tinham cerca de 20 mil anos, conforme análise feita pelo professor Thomas Guiderson, do Center for Accelerator Mass Spectrometry, nos Estados Unidos. O material foi coletado pelo professor Paulo Eduardo de Oliveira, então integrante do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia do Instituto de Geociências da USP.
Segundo Oliveira, a Lagoa Azul representava uma herança glacial de valor inestimável para a ciência, oferecendo pistas sobre as mudanças climáticas e ambientais que ocorreram no Brasil durante a última Era do Gelo. “Poucos lugares no mundo guardam amostras vegetais tão antigas”, destacou o pesquisador à época, ressaltando a importância de preservar o local.
Contudo, a falta de cuidado ambiental, o assoreamento e a escassez de chuvas levaram ao desaparecimento gradual da lagoa. A devastação da mata nativa ao redor contribuiu diretamente para a diminuição do volume de água, resultando na perda completa desse patrimônio natural.
Imagens recentes enviadas por uma seguidora ao Jornal do Noroeste mostram a triste realidade: o espelho d’água que já foi cartão postal de São Tomé agora é apenas uma lembrança. O cenário, antes vibrante e de rara beleza, hoje é marcado pela aridez e pela ausência da vida que um dia floresceu ao redor.
A destruição da Lagoa Azul serve como alerta sobre os impactos da ação humana e das mudanças climáticas. A falta de políticas eficazes de preservação ambiental ameaça não só o equilíbrio ecológico, mas também a memória natural e científica do nosso território.
O Jornal do Noroeste lamenta profundamente a perda dessa reserva fundamental que embelezava o Noroeste do Paraná e reforça a importância de valorizar e proteger o que ainda resta do nosso patrimônio natural.
Você pode participar enviando sugestões, denúncias ou relatos sobre o meio ambiente para o WhatsApp do JN: (44) 9 9109-4768. Sua voz é essencial para manter viva a consciência ambiental em nossa região.
JN com informações de RETUR Paraná
Foto: Anderson Theodoro
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