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“DOS LUCROS AOS DÉFICITS: como os Correios passaram de rentabilidade recorde à crise bilionária em menos de três anos”

“DOS LUCROS AOS DÉFICITS: como os Correios passaram de rentabilidade recorde à crise bilionária em menos de três anos”
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Os Correios, tradicional empresa estatal brasileira que por décadas figurou como referência em serviço postal e entrega, enfrentam hoje uma crise financeira grave. O que até pouco tempo parecia algo pontual se transformou em um rombo bilionário — e a comparação entre a administração passada e a gestão atual do governo federal revela mudanças profundas, tanto no contexto quanto na política de gestão.
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Lucros da administração passada
• 2021 foi um ano de destaque: os Correios registraram lucro líquido de R$ 2,3 bilhões. Esse foi também um dos poucos anos recentes em que a estatal mostrou capacidade de operar com receita própria, sem depender de auxílios do Tesouro.
• Ainda em 2021, a receita internacional cresceu e houve recordes de postagens, o que ajudou a sustentar o resultado financeiro positivo.
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O declínio e os primeiros sinais de prejuízo
• No exercício de 2022, os Correios já registraram prejuízo. O valor foi de R$ 809 milhões, revertendo o lucro do ano anterior.
• Em 2023, o prejuízo continuou, embora menor: R$ 597 milhões.
Esses déficits foram atribuídos a queda de receita nos segmentos de mensagens e encomendas físicas, aumento de custos operacionais, provisões judiciais (contingências) e outros encargos.
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A administração atual e o rombo bilionário
Com o início do governo federal atual, a situação se agravou:
• No primeiro semestre de 2025, os Correios acumularam
prejuízo de R$ 4,4 bilhões, já ultrapassando o déficit total de 2024.
• No segundo trimestre de 2025, o rombo foi de R$ 2,64 bilhões, quase cinco vezes maior do que no mesmo trimestre de 2024 (que foi de cerca de R$ 553,2 milhões).
• As despesas com pessoal subiram, assim como os custos com precatórios/judiciais, e as receitas — especialmente de serviços internacionais de postagem — caíram drasticamente.
• A gestão atual projeta que os Correios só voltariam a dar lucro em 2027, mediante implementação de plano de recuperação e cortes.
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Comparativo entre gestões
Ano / Período Situação Financeira Fatores Principais
2021 (administração anterior) Lucro líquido de R$ 2,3 bilhões. Alta demanda, receitas fortes em encomendas, controle de custos, aproveitamento de mercado internacional.
2022 Prejuízo de R$ 809 milhões.
Queda nas receitas de encomendas e mensagens, aumento de provisões judiciais, aumento de custos de transporte, etc.
2023 Prejuízo de R$ 597 milhões.
Margem de queda de receita persistente, ajustes em despesas, mas ainda déficit.
2024
Déficit recorde até então ( R$ 2,6 bilhões). Intensificação da queda de receitas, custos judiciais e administrativos, impacto de mudanças regulatórias e políticas de remessas internacionais.
2025 (até primeiro semestre) Rombo de R$ 4,4 bilhões; projeção de prejuízo também para o restante do mandato até 2027. Pressões de custo, queda de receita ainda maior, necessidade de ajuda governamental, PDV, venda de ativos, diversificação de serviços como marketplace.
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Causas identificadas
• Queda de receitas, particularmente em encomendas internacionais e serviços postais tradicionais, agravada por políticas como o “Remessa Conforme” (que reduziu o papel dos Correios como porta de entrada de pequenas encomendas).
• Custos crescentes: reajustes salariais, encargos trabalhistas, precatórios, despesas judiciais e administrativas.
• Concorrência de empresas privadas de logística e adaptabilidade tecnológica menor em alguns casos.
• Mudanças regulatórias e fiscais que impactaram o modelo de negócio, inclusive com tributação de importações menores e alterações na regra das remessas internacionais.
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Conclusão
A trajetória dos Correios revela que o lucro do passado (ex: 2021) sofreu revezes severos nos anos seguintes. Hoje, sob a gestão federal atual, o cenário exige intervenções urgentes para contenção de custos, recuperação de receitas e reformas no modelo de operação. Embora exista planejamento para retorno ao lucro em 2027, isso dependerá fortemente da execução de medidas estruturais e da estabilidade macroeconômica.
JN Com informações de o Guia do Investidor, Gazeta do povo e correios.


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